Cacau
Nome Popular: CacauNome Científico: Theobroma cacao L.Família Botânica: Sterculiaceae
Características Gerais
O cacaueiro é uma planta estimulante, tropical, pertencente a família das Esterculiáceas, encontrada em seu habitat, nas Américas, tanto nas terras baixas, dentro dos bosques escuros e úmidos sob a proteção de grandes árvores, como em florestas menos exuberantes e relativamente menos úmidas, em altitudes variáveis, entre 0 e 1.000 m do nível do mar.
Do fruto do cacaueiro se extraem sementes que, após sofrerem fermentação, transformam-se em amêndoas, das quais são produzidos o cacau em pó e a manteiga de cacau. Em fase posterior do processamento, obtém-se o chocolate, produto alimentício de alto valor energético. Envolvendo as sementes, encontra-se grande volume de polpa mucilaginosa, branca e açucarada, com a qual se produzem sucos, refrescos e geleias. Da casca extrai-se a pectina, que após simples processamento mecânico, se transformam em ração animal, ou ainda, por transformações biológicas, pode ser usada como fertilizante orgânico.
Cultivares Clones
Selecionados em regiões cacaueiras do Estado de São Paulo, introduzidos de outras regiões cacaueiras, nacionais ou estrangeiras, adaptados às condições de solo e clima paulistas.
Híbridos
Provenientes de cruzamentos interclonais entre cacaueiros dos grupos Amazônico e Trinitário.
Clima e Solo
Clima
Latitude entre 22° N e 22° S. Adapta-se bem regiões com temperaturas médias superiores a 21°C. Tolera por curto espaço de tempo, temperaturas mínimas próximas a 7°C, durante os meses mais frios do ano, porém pode ocorrer injúria nas sementes, resultando em um produto final de qualidade inferior. Exige precipitações pluviométricas superiores a 1.300 mm anuais, bem distribuídos ao longo do ano, como na região litorânea e Vale do Ribeira e grande parte do planalto paulista. Regiões com deficiência hídrica superior a 100 mm anuais não são indicadas à exploração econômica da cacauicultura.
Solos
Devem ser profundos e bem drenados. Na região litorânea, os mais indicados são os latossolos vermelho-escuro, o prodizólico vermelho-amarelado e solos aluviais de boa fertilidade natural. No planalto paulista, os prodizolizados de Lins e Marília var. Marília, e os latossolos roxos.
Época de plantio
Sementes em viveiro - setembro a abril.
Mudas no campo - praticamente o ano todo, na região litorânea e vale do Ribeira. No planalto paulista, de outubro a março.
Espaçamentos
Diversos, em função da fertilidade do solo e dos objetivos da exploração econômica, podendo variar entre 1.000 a 2.000 plantas/hectare.
Controle da erosão
Plantio em nível, nas encostas.
Mudas necessárias
Entre 1.000 e 2.000, em função dos espaçamentos adotados.
Calagem
De acordo com a análise de solo, elevar o índice de saturação por bases para 50%.
Adubação de plantio
60 dias antes do plantio, incorporar por cova, 2 a 4 litros de esterco de galinha ou 10 a 20 litros de esterco de curral curtido, 1 Kg de calcário dolomítico ou magnesiano, 100 g de P2O5, 02 a 60 Kg/ha de K2O e até 4 Kg/ha de Zn. Acrescentar, em cobertura, 4 aplicações de 10 g de N/planta, de dois em dois meses.
Adubação de formação
Aplicar em cobertura ao redor das plantas, em três parcelas no período das chuvas, de acordo com a idade das plantas e a análise de P e K no solo em gramas por planta: no 1º ano,40 g de N, 20 a 60 g de P2O5 e 20 a 60 g de K2O; no 2º ano, 80 g de N, 30 a 90 g de P2O5 e 30 a 90 g de K2O; no 3º ano, 120 g de N, 40 a 120 g de P2O5 e 40 a 120 g de K2O.
Adubação de produção
Aplicar de acordo com a análise de solo, 50 Kg/ha de N, 30 a 90 Kg/ha de P2O5, 20 a 60 Kg/ha de K2O e até 4 Kg/ha de Zn, parcelados em três vezes, e aplicados em cobertura, nos meses de outubro, dezembro e março.
Outros tratos culturais
Roçadas, para manter a cultura limpa; desbrotas, para eliminar ramos ladrões; podas, para dar forma a planta e facilitar os tratos culturais e as colheitas.
Arborização
Em matas virgens, proceder ao raleamento parcial da área deixando as espécies arbóreas desejáveis para apropriar 40% de sombra à plantação. Em terrenos desbravados, arborear com as seguintes espécies de utilização temporária própria como bananeira-prata, bananeira-nanicão, Thephrosia candida DC ou Leucaena glauca Benth., em associação com as espécies permanentes, com farinha-seca (Ptecellobium edwallii), para sombreamento, e Grevillea robusta A. Cunn. ou jaqueira (Artocarpus integrifolia L. f. Moraceae) para quebra vento.
Controle de pragas e doenças
Efetuar controle sistemático às formigas quenquém e saúva, com produtos específicos. No controle a outros insetos, principalmente tripes, vaquinhas, percevejos e lagartas, empregar deltamethrin, malathion, trichlorfon ou carbaryl. Controle preventivo das doenças fúngicas: podridão-parda (Phytophthora spp.) - acefato de trifenil estanho, hidróxido de trifenil e estanho e fungicidas cúpricos; podridão-morena (Botryodiplodina theobromae) - fungicidas cúpricos; e antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) - mancozeb e cúpricos.
Colheita
Inicia-se a partir do 2º ano. Do 2º ao 4º ano, os frutos podem ser colhidos praticamente durante o ano todo. A partir do 5º ano, as colheitas são feitas em dois períodos: safra (novembro a fevereiro) e temporão (abril a agosto).
Produtividade normal
A partir do 7º ano, 1.200 a 1.500 Kg/ha.
Fonte: www.todafruta.com.br