
Em  cerimônia no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (20), os movimentos  sociais do campo participaram do lançamento do Programa Nacional de  Educação do Campo (PRONACAMPO). “Uma conquista que fez valer a pena a  construção do projeto durante todo esse período”, comemorou Elisângela  Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL. 
Para atender a demanda de educação no  campo com metodologia voltada especificamente para a população rural, o  PRONACAMPO terá suas ações baseadas em quatro eixos: gestão e práticas  pedagógicas, formação de professores, educação de jovens e adultos e  educação profissional e tecnológica. 
Para a coordenadora, o Programa, que  atenderá escolas rurais e quilombolas, tem três aspectos fundamentais,  “que são ganhos que lutamos há anos para conquistar”. 
“A pedagogia da alternância, que é fruto  das nossas reivindicações e experiências, a elaboração do Livro  Didático do Campo, que ano que vem já estará disponível e, garantia das  escolas administrarem recursos de investimentos, isso permite aplicação  no que realmente é preciso”, avaliou. 
De acordo com Elisângela, as primeiras EFAs [Escolas Famílias Agrícolas]  que utilizaram o sistema de pedagogia da alternância, tinham  investimentos de organizações estrangeiras para execução. “Agora temos o  reconhecimento do nosso sistema de aprendizado compreendido em sua  eficácia pelo governo”, enfatizou. 
No Brasil existem 76 mil escolas rurais,  com mais de 6,2 milhões de matrículas e 342 mil professores. Por meio  do programa Mais Educação, do PRONACAMPO, dez mil escolas do campo  passarão a oferecer educação integral. 
Além disso, serão oferecidos cursos de  licenciatura para formação de professores e cursos de aperfeiçoamento.  Na área rural, 46,8% dos professores não tem licenciatura. Serão  estabelecidos 200 polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) para  auxiliar na formação desses professores. 
Também serão ofertadas 180 mil vagas  pelo Pronatec Campo (parte do Programa Nacional de Acesso ao Ensino  Técnico e Emprego, Pronatec) para formação tecnológica de jovens e  trabalhadores do campo, a construção de 3 mil novas escolas e  investimentos em infraestrutura.
Durante a cerimônia, Dilma Rousseff  assinou medida provisória que inclui as escolas dos Centros Familiares  de Formação por Alternância (CEFFAS) no Fundo de Manutenção e  Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da  Educação (Fundeb). Também foi encaminhado ao Legislativo projeto de lei  que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), estabelecendo  medidas referentes ao fechamento das escolas do campo e exigindo que os  conselhos escolares sejam ouvidos. 
“Fazia muito tempo que não  participávamos de um lançamento de política pública sentindo como uma  conquista nossa” finalizou Elisângela.
Fonte: FETRAF-BRASIL
 
 
 

